Petróleo de qualidade em Cuba

Celino Cunha Vieira – Asociação Portuguesa “José Martí”

Com a recente divulgação do resultado das prospecções que têm sido realizadas, abrem-se novas perspectivas para a extracção em terra de petróleo de alta qualidade em Cuba. A estimação é de um potencial inicial de 8,2 mil milhões de barris, para um campo compreendido entre Cárdenas, na província de Matanzas, e Motembo, na província de Villa Clara, com uma extensão de 2.000 quilómetros quadrados. A exploração esta prevista para o início do próximo ano através de um consórcio entre empresas Australiana e Cubana. Ja foram identificadas mais duas zonas que se julga terem o mesmo potencial ou superior, mas que ainda estão em fase de estudo.

Desde há alguns anos tem sido possível extrair junto à costa, entre Havana e Matanzas, cerca de 80 milhões de barris anuais de um petróleo pesado. A torre da fotografia forma parte do campo.
Desde há alguns anos tem sido possível extrair junto à costa, entre Havana e Matanzas, cerca de 80 milhões de barris anuais de um petróleo pesado. A torre da fotografia forma parte de um dos campos de extração.

O campo pronto para extração tinha já sido objecto de estudo a partir dos finais do século XIX até ao início dos anos sessenta do século XX, quando foi selado, e desde há alguns anos tem sido possível extrair junto à costa, entre Havana e Matanzas, cerca de 80 milhões de barris anuais de um petróleo pesado, levando à necessidade de o misturar com outro de qualidade para poder ser refinado.

Venezuela, principal fornecedor de petróleo a Cuba, tem vindo a diminuir uma colaboração superior a 32 milhões de barris anuais, a quase 20 milhões. Cuba recorre ao mercado internacional a preços inflacionados devido ao criminoso bloqueio economico, comercial e financeiro dos EUA, que continua a provocar elevados prejuízos a Cuba.

Embora exista uma forte aposta nas energias renováveis por parte das autoridades cubanas, o certo é que o país ainda depende substancialmente dos produtos petrolíferos que têm um elevado peso na economia do país, afetando a manutenção e o desenvolvimento da área social, ao ser obrigado a desviar recursos financeiros para a importação desta matéria-prima essencial.

De qualquer modo, confirmando-se a notícia de que Cuba passará a ter o petróleo de que necessita extraído do seu próprio território e em quantidades tais que lhe permita exportar excedentes, pode constituir um virar de página em toda a sua economia e um novo amanhã para todos os cubanos.

Celino Cunha Vieira é presidente da Asociação Portuguesa “José Martí”

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